23 de março de 2012

Perguntaram ao Mestre


"Mestre, como faço para não me aborrecer?
Algumas pessoas falam demais, outras são ignorantes.
Algumas são indiferentes.
Sinto ÓDIO das que são MENTIROSAS.
Sofro com as que CALUNIAM.

- Pois viva como as flores! Advertiu o mestre.
Como é viver como as flores? Perguntou o discípulo.
- Repare nestas flores, continuou o mestre, apontando lírios que cresciam no jardim.
Elas nascem no esterco, entretanto, são puras e perfumadas.
Extraem do adubo malcheiroso tudo que lhes é útil e saudável, mas não permitem
que o azedume da terra manche o frescor de suas pétalas.
É justo angustiar-se com as próprias culpas, mas não é sábio permitir que os
vícios dos outros o importunem. Os defeitos deles são deles e não seus.
Se não são seus, não há razão para aborrecimento.
Exercite a virtude de rejeitar todo mal que vem de fora.
Isso é viver como as flores.

18 de março de 2012

Provérbio Árabe...

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Não diga tudo o que sabe, porque quem diz o que sabe muitas vezes diz o que não convém;
Não faças tudo o que pode, porque quem faz tudo o que pode, muitas vezes faz o que não deve;
Não acredite em tudo o que ouve, porque quem acredita em tudo o que ouve, muitas vezes julga o que não vê;
Não gaste tudo o que tem, porque quem gasta tudo o que tem, muitas vezes gasta o que não pode.

(Provérbio Árabe)

7 de março de 2012

Mas, afinal, o que é Cultura de Paz?

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(Por Ana Trajano no blog dela e repasso na íntegra para os leitores desse blog)
Ler direto na fonte: Blog Papapaz da Ana Trajano

Uma dívida para com os leitores deste blog: explicar o conceito de Cultura de Paz. Não que muitos não saibam, mas é sempre bom ter em mente sua definição, e saber um pouco da história desse movimento, que começou a se esboçar em 1989, alguns meses antes da queda do muro de Berlim. Foi naquele ano, durante o Congresso Internacional para a Paz na Mente dos Homens, em Yamassoukro, na Costa do Marfim, que, pela primeira vez, foi expressa a noção de uma cultura de paz.

Tendo à frente a UNESCO, órgão das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, a ideia tornou-se um movimento mundial. Em outro evento, o Primeiro Fórum Internacional sobre a Cultura de Paz, realizado em El Salvador, em fevereiro de 1994, o diretor geral da UNESCO, Federico Mayor, lançou o debate internacional sobre o estabelecimento de um direito da paz, esboçado na Declaração de Viena, realizado um ano antes. Em Viena havia sido afirmado que direitos humanos, democracia e desenvolvimento são interdependentes e reforçam-se mutuamente.

Seguindo sua trajetória, em 1995 os Estados-membros da UNESCO decidiram que a organização deveria canalizar todos os esforços e energia em direção à Cultura de Paz. Para este fim foi estabelecido, dentro de uma estrutura de médio prazo (1996-2001), um projeto transdisciplinar chamado “Rumo à Cultura de Paz”. Em resumo, este projeto coloca em atividade, para sua promoção e disseminação, diversos setores organizados da sociedade, entre eles Ongs, associações, rádios comunitárias, líderes religiosos, meios de comunicação, etc. Em sua Resolução 52/15, de 20 de novembro de 1997, a ONU proclama o ano 2000, “Ano Internacional da Cultura de Paz”. E, através da Resolução 53/25, de 10 de novembro de 1998, proclama o período 2001-2010 “Década Internacional para uma Cultura de Paz e não violência para as crianças do mundo.”

Todos os passos já haviam sido dados para algo mais abrangente e definitivo tendo por objetivo a paz no mundo. E em 13 de setembro de 1999, em sua 107 Sessão Plenária, a Assembleia Geral das Nações Unidas estabelece a Declaração sobre uma Cultura de Paz. Neste documento, ao reiterar sua declaração, através da UNESCO, de que “posto que as guerras nascem na mente dos homens, é na mente dos homens onde devem erigir-se os baluartes da paz”, a ONU reconhece que “a paz não é apenas ausência de conflitos, mas que também requer um processo positivo, dinâmico e participativo em que se promova o diálogo e se solucionem os conflitos, dentro de um espírito de entendimento e cooperação mútuos.”

Mas, afinal, o que é Cultura de Paz?

Em sua Declaração, a ONU define Cultura de Paz como “um conjunto de valores, atitudes, tradições, comportamentos e estilos de vida”, baseados em, pelo menos, 10 princípios:

a)Respeito à vida, no fim da violência e na promoção e prática da não violência por meio da educação, do diálogo e da cooperação;

b)No pleno respeito aos princípios de soberania, integridade territorial e independência política dos Estados e de não ingerência nos assuntos

c)que são, essencialmente, de jurisdição interna dos Estados, em conformidade com a Carta das Nações Unidas e o direito internacional;

d)No pleno respeito e na promoção de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais;

e)No compromisso com a solução pacífica dos conflitos;

f)Nos esforços para satisfazer as necessidades de desenvolvimento e proteção do meio-ambiente para as gerações presentes e futuras;

g)No respeito e promoção do direito ao desenvolvimento;

h)No respeito e fomento a igualdade de direitos e oportunidades de mulheres e homens;

i)No respeito e fomento ao direito de todas as pessoas à liberdade de expressão, opinião e informação;

j)Na adesão aos princípios de liberdade, justiça, democracia, tolerância, solidariedade, cooperação, pluralismo, diversidade cultural, diálogo e entendimento em todos os níveis da sociedade e entre as nações; e animados por uma atmosfera nacional e internacional que favoreça a paz.

Em seu Artigo 3, a Declaração estabelece ainda que “o desenvolvimento pleno de uma Cultura de Paz está integralmente vinculado, entre outros “à promoção da democracia, do desenvolvimento dos direitos humanos e das liberdades fundamentais e ao respeito e ao seu respectivo respeito e cumprimento; à erradicação da pobreza e do analfabetismo, e à redução das desigualdades entre as nações e dentro delas; à eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher, promovendo sua autonomia e uma representação equitativa em todos os níveis nas tomadas de decisões,” etc.

Por último, a ONU afirma que “desempenham papel-chave na promoção de uma Cultura de Paz os pais, professores, políticos, jornalistas, órgãos e grupos religiosos, intelectuais, os que realizam atividades científicas, filosóficas, criativas e artísticas, os trabalhadores em saúde e de atividades humanitárias, os trabalhadores sociais, os que exercem funções diretivas nos diversos níveis, bem como as organizações não governamentais.”

(Ana Trajano)