7 de setembro de 2010

Reflexão: a maior aliada dos relacionamentos


Este artigo foi extraído do portal MSN - "Msn Encontros" / "Par Perfeito" e escrito por:
(Dra. Mariana Santiago de Matos - Psicóloga)

Reflexão: a maior aliada dos relacionamentos
Entre as tantas mensagens que recebemos diariamente, há diversas escritas por usuários que estão se sentindo frustrados por ainda não terem conseguido o relacionamento que tanto desejam. Algumas delas chegaram a conhecer pessoas com quem tiveram relações, mais curtas ou mais longas, porém o final não foi o que esperavam. Esses usuários que se frustraram se manifestam das mais variadas maneiras: alguns pensam em desistir, outros se perguntam (e nos perguntam) o que há de errado com eles, outros ainda mostram-se dispostos a mudar algo em si, que consideram inadequado, para que tenham mais sucesso nas futuras relações. Há também aqueles que revelam, em suas mensagens, a insatisfação e a raiva que sentem diante da frustração. Estes – pouco numerosos, se compararmos com a maioria das mensagens que recebemos – paradoxalmente parecem não estar dispostos a solucionar a dificuldade. Ao que parece, escrevem como um desabafo, buscando um “culpado” pelo que consideram ser um insucesso. Queixam-se das ferramentas do site, afirmam categoricamente que nenhum homem ou nenhuma mulher (dependendo do gênero de quem escreve) quer nada sério e chegam a se queixar das psicólogas, que são incapazes dar soluções às suas dificuldades. Em todos esses casos, a frustração parece ser tanta que essas pessoas aparentemente não conseguem refletir sobre relações que não deram certo, buscando entender as razões do insucesso. Em vez disso, atacam, como metralhadoras giratórias, tudo o que vêem pela frente. Assim, eximem-se do que talvez seja a parte mais complicada de um relacionamento: olhar para si mesmo. Agindo dessa maneira, naturalmente torna-se ainda mais complexa a tarefa de iniciar uma relação.

Por tudo o que disse até aqui, neste artigo buscarei ajudar aqueles que têm nos escrito essas mensagens de insatisfação ou raiva. Por entender que o ataque é muitas vezes um tipo de defesa, tentarei fornecer elementos para a reflexão. A reflexão é, a meu ver, o primeiro passo para a solução de quaisquer dificuldades nos relacionamentos. Pensar é sempre melhor que atacar. Buscar soluções é sempre melhor que apontar problemas. Vamos, então, ao que nos interessa!

Quase sempre me surpreendo com as queixas sobre o funcionamento do site. É evidente que o site é passível de falhas e as críticas sempre são muito bem recebidas por toda a equipe técnica. O que me surpreende não são as críticas, mas o tom de acusação que há em algumas delas. É como se determinadas pessoas acreditassem que o site teria o poder de, sozinho, gerar relacionamentos. É evidente que não é assim. O ParPerfeito tem o intuito de facilitar o encontro entre seus usuários, porém as relações são construídas pelas pessoas. O site é a ferramenta, não o produto final. Seria como me queixar do tijolo quando não consigo construir uma casa. Tais como casas, relações são construídas. E são construídas por duas pessoas. Por essa razão, nem o site nem uma pessoa só são capazes de gerar relacionamentos. O site é – isso sim – capaz de servir como um intermediário entre duas pessoas.

As afirmações categóricas também chamam bastante minha atenção. As frases que começam com “todos os homens” ou “todas as mulheres” em geral contêm generalizações injustas. Dizer, por exemplo, que todos os homens do site querem apenas relações efêmeras, ou que todas as mulheres são interesseiras parece eximir aqueles que dizem de qualquer responsabilidade sobre as próprias experiências ou sobre o próprio futuro. Estão única e exclusivamente como estão por causa dos outros. Uma usuária chegou a afirmar que está solteira “unicamente por opção dos homens”. Dessa maneira, exime-se de ter de pensar sobre a sua contribuição para o próprio insucesso. Retomando o que eu disse no parágrafo anterior, uma relação é uma construção de duas pessoas. Por isso, é impossível responsabilizar apenas uma pelo sucesso ou pelo insucesso do relacionamento. Assim como não podemos nos culpar por tudo o que acontece em uma relação, também não podemos nos eximir completamente da responsabilidade. É preciso haver um meio termo: é importante pensar na própria responsabilidade, porém sem carregar uma enorme culpa por tudo.

Finalmente, as queixas sobre nós, psicólogas, que não conseguimos resolver as dificuldades de todos. É essencial ter em mente que não apenas não conseguimos, mas não temos a intenção de fazê-lo. Nossa função aqui é a de ajudar os usuários a pensarem sobre os problemas que enfrentam nos relacionamentos. Sabemos que a ajuda é preciosa para muitos, que nos dizem isso textualmente em muitas mensagens. Outros, contudo, parecem nos idealizar de tal maneira que chegamos a parecer fadas capazes de transformar a realidade e fazer com que as relações aconteçam e sejam perfeitas. Estou falando de maneira caricatural para mostrar como algumas pessoas esperam de nós algo que não podemos fazer. Como eu disse no começo deste artigo, poder refletir é o primeiro passo para a solução de muitas dificuldades. Por este motivo, ajudar as pessoas nessa reflexão é algo valioso. A solução, no entanto, cabe a cada uma delas.

Olhar para si mesmo é um exercício difícil para muitos. É justamente a dificuldade de fazer isso que leva alguns a se queixarem de tudo o que lhes é externo, sem conseguir investigar em si próprios aquilo que contribui para sua infelicidade ou insucesso. Essa, no entanto, está longe de ser uma solução. Ao culpar o que está em volta, a pessoa se torna passiva, sentindo-se quase como uma vítima de um mundo cruel que lhe impõe o sofrimento. Se vitimizando, passa a ter pena de si, paralisando-se e deixando de agir. Por tudo isso, embora possa ser difícil, olhar para si mesmo é um exercício possível e imprescindível. Poder entender a própria maneira de pensar, de agir e de ver o mundo pode permitir enxergar a própria parte nas dificuldades nos relacionamentos. Ao enxergar as próprias dificuldades, é possível também tentar mudar o que pode estar atrapalhando. Olhando para si, é possível distinguir o que é seu do que é do outro.

Termino minhas reflexões – que, espero, possam suscitar novas reflexões naqueles que chegaram até aqui – com uma frase magistral do filósofo Jean-Paul Sartre, que julgo em sintonia com tudo o que eu disse: “Não importa o que fizeram com você. O que importa é o que você faz com aquilo que fizeram com você”

Este artigo foi extraído do portal MSN - "Msn Encontros" / "Par Perfeito" e escrito por:
(Dra. Mariana Santiago de Matos - Psicóloga)

2 comentários:

  1. Anônimo14/5/11

    Olá:

    Muito bonito (e interessante!) este blog...
    Concordo: REFLETIR/PENSAR são coisas MUITO boas, além de IMPORTANTES/NECESSÁRIAS tb.
    Descobri este blog por acaso: estava pesquisando por uma pessoa chamada Mariana Santiago e acabei aqui!
    Sobre PENSAR: deve-se fazer tais como uma forma de PLANEJAMENTO/IDEIAS... até mesmo em casos mais sérios, para caso se tome uma decisão drástica NÃO SEJA TÃO RADICAL e depois haja arrependimento!
    Além de ser MUITO BOM pensar/viajar (como se diz) em coisas (boas!) antigas... Um verdadeiro túnel do tempo (risos!).
    É isso. Ah, e as músicas de fundo estão bem bacanas: muito a ver com o tema do blog!

    Tudo de bom (e muita paz!),
    rodrigo O Rosa (Porto Alegre)

    http://rodrigo-arte.blogspot.com/
    natureba@zipmail.com.br

    ** E mais uma coincidência - essa pessoa que eu procurava chamada MARIANA SANTIAGO tem uma filha chamada MARIA FERNANDA; mais coincidência, só ganhando na loto: mais risos...

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  2. Grata, Rodrigo!
    Que bom que gostou do blog! Faço com muito amor e carinho. Apareça mais vezes por aqui.
    Espero que encontre a pessoa que estava procurando... rs
    Bjkas de Paz e Luz!

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